segunda-feira, 6 de agosto de 2007

LADO B #2

por Bernardo Hennys

Entrevista com Emerson Saraiva:

O que você faz especificamente?
Sou publicitário, aluno de Arte e Mídia do terceiro ano e concluinte de Jornalismo, na Estadual.

Fomos informados de que é você quem está encarregado da produtora escola que está sendo implantada aqui no curso de Arte e Mídia. Como você está trabalhando com isso e quais os objetivos dessa produtora?
Eu já trabalho há mais de vinte anos na área de produção de vídeo e há três entrei no curso de Arte e Mídia, como forma de agregar valor acadêmico ao currículo que eu já tinha, que era um currículo basicamente prático. No meio do ano passado, fui chamado por Luciênio pra ver uns equipamentos que haviam chegado aqui na unidade. Esses equipamentos faziam parte de um projeto do Ministério da Educação de ensino a distância. Eram duas unidades de produção para aulas de ensino a distância. Só que o projeto não prosperou e o equipamento também não foi utilizado. Foi feita, então, uma negociação no ano passado e esse material veio para nossa unidade acadêmica. Como eu já conheço esse tipo de equipamento, fui chamado para dar uma olhada e ver se estavam funcionando, quais equipamentos havia, o que faltava etc. Nós fizemos uma listagem de tudo o que tinha e fizemos um projeto pra uma TV universitária, incluindo um plano de negócios. Só que foi decidido pelo departamento que, a princípio, o que vai ser implantado será uma produtora escola, que vai ser uma unidade de produção aqui dentro do curso de Arte e mídia, que vai servir às atividades acadêmicas do curso e também para projetos especiais. Os alunos que quiserem desenvolver um projeto na área de produção de vídeo, irão levá-lo para a unidade, a unidade acadêmica vai analisar esse projeto e vai aprovar a utilização do equipamento e da mão de obra da produtora escola a serviço do mesmo. Ou seja, não vai ser como vem acontecendo há algum tempo, que determinado aluno tinha a idéia de fazer um curta, vinha ao departamento, solicitava a câmera e o equipamento era liberado sem a unidade nem ter ciência do que era o projeto.

Essa produtora vai ser voltada para o nosso curso?
Exatamente.

Só para o nosso curso?
A produtora vai ser a produtora escola da UFCG, que fica a serviço da UFCG, mas a Unidade Acadêmica de Arte e Mídia vai ter prioridade.

Mas outros cursos querendo utilizar esses equipamentos terão que montar um projeto também?
Exatamente. E uma coisa muito importante, que é uma proposta para que a produtora faça, é que, mesmo os projetos de outros cursos, o diretor, o cinegrafista, os profissionais envolvidos serão de Arte e Mídia.

A comissão avaliadora desses projetos seria do nosso departamento?
Sim, a comissão avaliadora necessariamente vai ser de Arte e Mídia.

De onde virão as pessoas que se responsabilizarão por esse equipamento e os técnicos que vão trabalhar nessa produtora?
A principio nós estamos esperando, porque o equipamento que já tem não é suficiente para a coisa funcionar. É como se a gente tivesse recebido um carro sem os pneus, estamos hoje com muitos equipamentos, mas eles não têm como funcionar por causa de pequenos detalhes, cabos, mobiliário, acessórios, suprimentos, essas pequenas besteirinhas que a Unidade Acadêmica já está solicitando da universidade para comprar. Não adianta começar sem ter estrutura. Também existe a previsão de fazer uma reforma na sala 08, transformando-a em um estúdio de verdade, e aquela parte verde da sala, onde está o fundo infinito, vai ser fechada e agregada à sala 09, dividindo-a em três ambientes, com duas ilhas secas de edição e uma ilha para aulas. E no estúdio haverá fundo infinito, climatização, tratamento acústico. Um estúdio que, talvez, nem todas as emissoras de Campina tenham, com essa qualidade. Então, iniciada a compra desses equipamentos que faltam, a parte da reforma física e a parte da montagem da equipe, a previsão é que se faça um curso com os alunos da unidade acadêmica para que eles aprendam a parte de produção e edição de vídeo e, a partir desse curso, somente para os alunos de Arte e Mídia, esses alunos vão ter que passar por testes, análise de currículo, vão passar por esse curso de capacitação e, ao final, alguns alunos vão ser escolhidos para trabalhar como monitores dessa produtora. Os alunos que trabalharem como monitores vão ser o cinegrafista, o produtor, editor, tudo isso e eles é que irão operar os equipamentos. Então, os outros alunos que tiverem um projeto, vão trazer o projeto de um curta, por exemplo, e vão poder dirigir esse curta, fazer a direção de arte e mídia, roteiro, cenografia, mas o cinegrafista, o editor, vão ser pessoas que já trabalham com isso.

Esses projetos do qual você está me falando, só estão na cabeça dos responsáveis ou já está no papel, a caminho de ser aprovado?
Já está tudo no papel. O projeto, de forma genérica, já foi aprovado. O que precisa e que está sendo feito é a parte do detalhamento. O grande problema não é da UFCG, da unidade de Arte e Midia, é que esse processo naturalmente é muito lento, é um processo de licitação, de codificação. Não é só dizer “eu preciso de uma câmera”, você precisa dar todas as especificações dessa câmera que você precisa, aí tem que se procurar uma tabela que existe lá, qual o código dessa câmera, aí se lança uma licitação, quer dizer, tem todo esse processo. Mas, a principio, a expectativa da gente é que até o próximo semestre isso esteja, se não funcionando completamente, pelo menos com algumas coisas já em andamento.

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